Do Latim ASSERTUS,
particípio passado de ASSERERE, “afirmar, manter, clamar direitos
sobre algo”, de AD, “a”, mais SERERE, “juntar-se fazer parte
de” O termo assertividade é originário de asserção. Fazer
asserções quer dizer afirmar, do latim afirmare, tornar firme,
confirmar e declarar com firmeza.
A atitude assertiva
classifica-se como o equilíbrio entre dois comportamentos, um por
excesso (agressão), outro por falta (submissão). Ser assertivo
significa que se diz com firmeza, sem agressividade nem submissão, o
que se sente, pensa, a opinião pessoal, o que se quer expressar ao
outro; quando defendemos os nossos direitos sem violar os direitos do
outro, ao fim ao cabo.
Exemplos que podem
demonstrar assertividade: capacidade de defender direitos legítimos,
de expressar opiniões pessoais, de fazer e recusar pedidos; fazer e
receber elogios, expressar afectos positivos e até negativos,
iniciar e manter um diálogo tranquilo.
Comportamentos não
assertivos:
Manipulativo
Este comportamento
procura a satisfação das necessidades pessoais violando os direitos
do outro, mas fá-lo de forma indirecta; manipulando a vontade do
outro; acabando este por dizer ou fazer algo contra a sua vontade
Passivo
aquele em que a pessoa
deixa de se expressar as suas necessidades ou preferências, emoções
e opiniões; é quando viola os seus próprios direitos, e acaba por
permitir ao outro que o faça
Agressivo
quando a pessoa se
expressa de uma forma hostil, exigente, ameaçadora ou punitiva para
com o interlocutor; defende os seus direitos, à custa da violação
dos do outro
Exemplos:
1. Exemplos de atitudes
tidas por nós.
- «se fosses mesmo um
bom colega, tu...»
- «se fizeres isso então
eu não sei o que farei» (chantagem emocional);
- «eu penso que devias»
(decidir no seu lugar);
- «eu faço isso por ti»
(paternalismo);
- «se me fizeres isto,
ficar-te-ei eternamente grato» (oferecer recompensas);
- «não sei bem, pode
vir a ser difícil para mim fazer isso» (evitar indirectamente a
tarefa);
- «tu pareces um bocado
à nora com esse trabalho» (explorar as vulnerabilidades do
interlocutor);
- «isto interessa-te»
(fazer de conta que se pensa nos interesse do outro quando se está a
pensar nos próprios);
- «não me importo»
(forçar passivamente o outro a fazer as coisas por ele, julgando-o
depois se elas correrem mal);
- «não posso porque
neste momento a minha família está toda doente« (dar desculpas
para obter compaixão);
- «talvez seja assim»
(dito num tom de voz em que o interlocutor percebe claramente que
quer dizer «não!»);
- «todos os outros
pensam que esta é uma boa ideia» (pressionar o interlocutor
fazendo-o sentir-se isolado);
- «se os outros
conseguem isto, porque é que tu não consegues?» (comparar
desfavoravelmente o interlocutor);
- «claro que faço o que
me estás a pedir» (dito com uma expressão de desagrado
(contradição entre o conteúdo da mensagem e o comportamento não
verbal)
- Silêncio (usado
passivamente de forma a que o interlocutor adivinhe o que quer ou
agressivamente, de forma a que sinta que o está a cansar);
- Ser simpático em
demasia;
- Dizer às outras
pessoas o que se gostava que o interlocutor fizesse esperando que a
mensagem lhe chegue aos ouvidos;
- Lamuriar-se;
2 - Aceder a realizar
actividades que não lhe interessam só porque isto lhe foi
solicitado; não pedir um favor que é legítimo e do qual se
necessita; não manifestar desacordo perante algo com que não se
concorda
3
–Directo/Verbal:comentários hostis e humilhantes, insultos,
ameaças.
Directo/Não
verbal:gestos hostis e ameaçadores, violência física.
Indirecto/Verbal:Sarcasmo,
comentários maliciosos, “intriguinhas”.
Indirecto/não
verbal:gestos hostis e depreciativos quando a atenção do
interlocutor está orientada para outro lado.
(Assert yourself, M.D.
Galassi e J.P. Galassi, Human Sciences Press, traduzido e adaptado
por Catarina Dias, psicóloga do GAPsi)
A
assertividade é algo que todos podemos aprender e é crucial que se
tenha em atenção que ninguém é 100% assertivo.
Um aspecto que é
importante ter em conta é que NINGUÉM é 100% assertivo em todas as
situações. O modo que cada pessoa encontra para ser assertivo varia
segundo a relação que se está a viver (pais, professores, amigos,
namorado/a, crianças, etc) e da situação que está a viver
(auto-afirmação, expressão de sentimentos positivos, expressão de
sentimentos negativos, etc.
É um desafio todo o
processo de aprendizagem da assertividade; aquilo que pode ser mais
fácil para um ser, poderá não ser para outra. Cada pessoa
encontrará a sua melhor estratégia para chegar a um determinado
objectivo. Ser-se assertivo é uma escolha. Que vantagens tem em
sê-lo?
Viver
com assertividade traz segurança e tranquilidade ao ser.
Algumas atitudes, como
por exemplo, preocuparmo-nos, desaparece na medida em que
ao se ser assertivo aprendemos a deixar fluir, porque deixamos de
lutar, agredir, defendermo-nos por sermos atacados, de competir, ter
de provar seja o que for, deixar de nos punirmos, etc.
Existem muitas variáveis
que fazem parte do nosso dia-a-dia que poderíamos referir. Se
pretenderes mais ferramentas/exemplos de como podes viver esta
aprendizagem, contacta-me.
Ana Guerra
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